sexta-feira, maio 20, 2005

VII

Subitamente o tempo parou! Ouvia ao longe a minha mãe a lamentar-se numa voz vagarosa e longíqua

"- Oooohhhh Meeeuuu Deeeuuusss! Nnnnããããõooo ééééé´pppppoooosssssssssssssíííííívvvvvveeeeelllll...."

A luz tremilicava pela sala toda, mas um foco apontava especialmente para a velha caixa. Vi a minha mão estender-se em câmara lenta para a agarrar. Enquanto isso mil pensamentos passaram-me pela cabeça... Lembrei-me porque tinha regressado... Lembrei-me da consulta no médico a dizer que precisava de abrandar o meu ritmo de vida, de dizer que estava com as tensões muito altas, de me fazer o seu ultimato:
"- Ou tira umas férias, ou....."
revi a minha separação da Cláudia, uma relação que já durava há 5 anos, revivi o stress de um trabalho que me ocupa cerca de 12 horas diárias, e acima de tudo a morte... a morte do meu pai, num momento em que voltava depois de tanto tempo ausente de casa...

De repente tudo começou a andar à roda, e senti-me a flutuar... Vi o meu corpo com uma caixa na mão imóvel... Vi a mãe chegar perto de mim e gritar por ajuda... Vi a rapariga e o seu pai que me haviam salvado a vida telefonarem... Acompanhei a ambulância levando-me a toda a velocidade para o hospital.
No hospital via o meu corpo sendo analisado por um médico enquanto eu gritava que o problema tava cá em cima... Não nesse ser-vivo vegetativo... na alma que o observava mais acima... De repente algo me chamou a atenção... Uma luz chamava por mim... Era um luz intensa e brilhante, como um strobe, aquelas luzes que há nas discotecas e nos grandes concertos que nos ofuscam os olhos...

1 Comments:

Blogger ana do ar said...

ahahahah!!
tu matas sempre gente!!ou tentas!!
ahahah!!
mas tá demais!que naice...
se o conteúdo da caixinha fosse já revelado...era um bocadinho cedo...
lol
náici!!

sexta-feira, maio 20, 2005 1:08:00 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home